Um Outro Natal é possível
Como Valorizar a Cultura Nacional em Tempos de Importação de Costumes
Escondida sob pinheiros, falsa neve e gorros vermelhos, a festa do Natal brasileiro tem as cores e a música tradicionais do país. Apesar de baseada nos costumes religiosos, a celebração do nascimento de Cristo também encontra raízes na Antiguidade, no paganismo e em outras crenças. Era no verão que as antigas comunidades do hemisfério sul celebravam a colheita e a renovação da vida. À mesma época do ano, os romanos costumavam enfeitar suas casas para a Saturnália, o oferecimento dos meses de inverno ao deus Saturno. Os judeus celebram o seu Hannukkah, a festa das luzes, da liberdade e da identidade judaica, nos 8 dias seguintes ao 25 de Kislev, mês equivalente a dezembro ou novembro no calendário cristão. Também no fim do ano, os afro-americanos celebram a família e a cultura negra na Kwanzaa.
Segundo o professor de comunicação da Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo, José Marques de Melo, os festejos brasileiros de Natal são exemplos da multiplicidade de sentidos que marca essa data, já que se baseiam em tradições religiosas, costumes pagãos e influências do mercado. Melo é autor do livro "De Belém a Bagé - Imagens Midiáticas de Um Natal Brasileiro", resultado do trabalho de 25 instituições acadêmicas que se dedicaram a pesquisar a repercussão do Natal na mídia impressa de várias regiões do Brasil. "O Natal tem essa característica especial por ser uma celebração precocemente globalizada", explica o professor, a respeito da disseminação do costume durante a colonização européia, no século XXVI.
A festa de Natal brasileira assume hoje um caráter diferente daquele trazido pelos colonizadores - uma realidade que pode ser constatada pela identidade que a data assume na mídia. O que antes era religioso, volta-se agora para o consumo de massa: "Hoje o Natal mudou de espaço: foi da festa no pátio da igreja para dentro do shopping center", afirma Melo. Os presentes, o amigo-secreto e a decoração nevada dos shoppings ocupam mais espaço na mídia e no imaginário da sociedade urbana do que os costumes natalinos típicos do Brasil. "Essas tradições continuam vivas, mas aparecem nos jornais como informação marginal. As grandes figuras do Natal brasileiro acabam sendo sempre o Papai Noel, como símbolo máximo do consumo, o papa, o Roberto Carlos e outras figuras que aparecem na TV".
A pouca atenção dada à cultura brasileira no Natal chamou a atenção do professor de filosofia da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, Francisco Nunes. Nas aulas do curso de Publicidade, o professor ouviu dos seus alunos a história da campanha publicitária da Coca Cola de 1931, que se apropriou do mito do Papai Noel, aplicou sobre ele as cores da sua marca (vermelho e branco), e disseminou a imagem pelo mundo. Até hoje, a imagem do senhor gorducho, de barbas brancas e bochechas rosadas, com aspecto europeu, pertence à Coca Cola, que monopoliza o uso do desenho principalmente no mercado de bebidas. "Essa campanha é tão eficiente que conseguiu ocupar o imaginário das massas, pelo menos no ocidente. E serve não apenas para inspirar estudos acadêmicos de marketing, como também para motivar a reflexão na sociedade", afirma Nunes.
A pouca atenção dada à cultura brasileira no Natal chamou a atenção do professor de filosofia da Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, Francisco Nunes. Nas aulas do curso de Publicidade, o professor ouviu dos seus alunos a história da campanha publicitária da Coca Cola de 1931, que se apropriou do mito do Papai Noel, aplicou sobre ele as cores da sua marca (vermelho e branco), e disseminou a imagem pelo mundo. Até hoje, a imagem do senhor gorducho, de barbas brancas e bochechas rosadas, com aspecto europeu, pertence à Coca Cola, que monopoliza o uso do desenho principalmente no mercado de bebidas. "Essa campanha é tão eficiente que conseguiu ocupar o imaginário das massas, pelo menos no ocidente. E serve não apenas para inspirar estudos acadêmicos de marketing, como também para motivar a reflexão na sociedade", afirma Nunes.
O professor passou a articular um movimento que envolvesse acadêmicos, pensadores e artistas na reavaliação dos mitos do Natal. Para isso, se inspirou em outro movimento social de que participa, a ONC (Organização Não-Capitalista, que não cobra mensalidade dos seus associados) Só Saci, que surgiu em 2004 com o propósito de questionar a popularização da festa do Halloween nas escolas e na sociedade brasileira. Para abrasileirar a festa norte-americana e despertar o interesse pelos mitos nacionais, os participantes da ONG adotaram a figura do Saci como mascote, e conseguiram transformar o dia 31 de outubro do Dia Nacional do Folclore - que é comemorado com traquinagem, festa e muita abóbora com carne seca, prato nacional que antropofagiza as abóboras do Halloween.
Da mesma forma como o movimento do Saci, que não é xenófobo, não pretende exterminar o Halloween, essa iniciativa tem a intenção de valorizar os mitos da cultura popular brasileira", afirma Nunes. Os objetivos do movimento idealizado pelo professor são disseminar a verdadeira história de São Nicolau (anterior à utilização do símbolo pela Coca Cola), valorizar a campanha solidária do Natal Sem Fome e divulgar os costumes brasileiros do Natal. "Seria importante se pudéssemos apoiar os grupos populares, que muitas vezes são tratados de forma pejorativa, como se não tivessem valor artístico e cultural, o que é um grande engano".
O professor também explica que acredita ser possível propor uma reflexão sobre um mito tão importante para a cultura e para o mercado natalino quanto o Papai Noel. "Temos que elaborar uma campanha com muita criatividade e bom humor.
O professor também explica que acredita ser possível propor uma reflexão sobre um mito tão importante para a cultura e para o mercado natalino quanto o Papai Noel. "Temos que elaborar uma campanha com muita criatividade e bom humor.
Texto retirado de http://www.universia.com.br/materia/materia.jsp?id=12958
Curiosidades Natalinas
O Homem de Neve
Nos países frios, as crianças se acostumaram a sair nos dias de neve de Natal para criar seu próprio homem de neve. O processo é muito simples, só é preciso armar duas grandes bolas de neve e colocá-las uma sobre a outra. É preciso uma cenoura para servir de nariz, um cachecol velho, um chapéu, algumas laranjas para os olhos e quatro galhos para servir de pés e mãos.A tradição popular acabou virando mania e se transformou em peça de decoração de árvores de Natal, mesmo em países tropicais como o Brasil.A Missa do Galo
É com o nome de Missa do Galo que se conhece a missa celebrada na noite de Natal. Sua denominação provém de uma fábula que afirma que foi esse animal o primeiro a presenciar o nascimento de Jesus, ficando encarregado de anunciá-lo ao mundo. Até o começo do século 20 era costume que a meia-noite fosse anunciada dentro do templo por um canto de galo, real ou simulado.Essa missa apareceu no século 5 e, a partir da Idade Média, transformou-se em uma celebração jubilosa longe do caráter solene com que hoje a conhecemos. Até princípios do século 20, perdurou o costume de reservar aos pastores congregados ali o privilégio de serem os primeiros a adorarem o Menino Jesus. Durante a adoração, as mulheres depositavam doces caseiros, que logo trocavam por pão bento ou Pão de Natal.
Era também costume reservar um pedaço deste pão como amuleto, ao qual só se podia recorrer em caso de doença grave. Outra tradição que perdurou é a de estreiar nessa noite uma peça de roupa com a qual se afastava o demônio.
Em algumas regiões, esta missa se celebra durante as primeiras horas do dia. Na maioria dos países da América de língua espanhola é tradição que toda a família acuda a ela unida e para os panamenhos é o momento mais importante das festas.
Os Enfeites da Árvore de Natal
Antes de que fossem substituídas por lâmpadas elétricas coloridas, as velas eram enfeites comuns nas árvores e simbolizam a purificação, com a chama sendo acesa como a representação de Cristo, a luz do mundo. As ferraduras são um clássico amuleto que atrai a boa sorte.
As habituais pinhas se utilizam como um símbolo da imortalidade e os sininhos como mostra do júbilo natalino. As maçãs e as bolas de cores, sua mais tradicional variante, desenvolvidas pelos sopradores de vidro da Boêmia do século 18, são signos que atraem de abundância.
Finalmente, as estrelas anunciam os desígnios de Deus. Segundo conta a Bíblia, cada estrela tem um anjo que vela por ela, crença que suporta a antiga idéia de que cada uma das que povoa o firmamento é em si mesma um anjo. A que se põe no alto da árvore de Natal refere-se à de Belém.
Estas e outras curiosidades natalinas você pode ver em http://www.terra.com.br/natal/curiosidades.htm
Postado por Maria Enedite Madeira
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